João Joanaz de Melo – Destrói um património único, que é o vale e a linha do Tua. Quer pelo valor paisagístico e cultural, quer por ser uma peça emblemática da região do Douro. Destrói também a possibilidade de conectividade entre o vale do Douro, Trás-os-Montes e Galiza. Por fim, ameaça a produção de vinho do Porto e destrói um ecossistema raro em Portugal.
– Vai criar mais emprego?
– Não. Embora crie emprego na construção. O balanço é amplamente negativo, conforme assumido no estudo de impacte ambiental. Pode inclusive impedir a criação de mais emprego e destrói emprego no sector do turismo de qualidade muito dependente do próprio vale do Tua.
– A região do Alto Douro, património da humanidade, e a barragem são compatíveis?
– Não são compatíveis. A barragem põe em causa a integridade dos valores que levaram à classificação de património da humanidade. Se a barragem for aceite pela UNESCO, é uma infracção às próprias normas.
– A UNESCO arrasou o planeamento e execução da obra. Podemos perder a classificação?
– Neste momento não há uma decisão final. Depende muito do comportamento do Estado português. A UNESCO exigiu medidas muito difíceis, que o Estado não vai conseguir cumprir.
– O que é melhor: parar ou aplicar as medidas exigidas?
– Financeiramente é mais barato parar a barragem do que avançar com a construção. Parar a barragem é a melhor solução para Portugal, porque as medidas exigidas pela UNESCO são muito mais dispendiosas e é um custo que será sempre pago pelos contribuintes. Além de ser a melhor solução para o ambiente.
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